quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Espaço do Leitor - " Lobo do Mar"


"Exmo Senhor
Conde de Abranhos, agradeço que publique o meu artigo de opinião no seu espaço da blogoesfera, com o pseudónimo de - Lobo do Mar.
Cumprimentos "




Para que serve um Presidente de Câmara?
O Porto da Figueira da Foz foi sempre considerado uma infraestrutura de risco.  Com as obras do prolongamento dos molhos, em vez do risco diminuir, como todos esperávamos, infelizmente, o  risco aumentou de forma trágica.  Antes das obras se iniciarem, muitas foram as vozes que se levantaram contra o projeto proposto. Estas vozes não foram escutadas, pelas diversas autoridades com responsabilidade nesta matéria. Atrevo-me a dizer, que houve sempre a tentativa de as silenciar de forma subtil e matreira.
Temos vindo assistir nos últimos tempos  a vários naufrágios de embarcações de diversas tipologias, com vítimas mortais. A tragédia que a Figueira acaba de viver com o naufrágio do arrastão Olívia Ribau, leva-me a mim e certamente muitos figueirenses a colocar algumas questões. Começo por perguntar - quantas pessoas mais vão ter que morrer no Porto da Figueira, para quem de direito tome uma iniciativa séria de forma a resolver o grave e complexo problema em que se tornou a barra da Figueira? Quem são as autoridades com responsabilidades para resolver esta situação? A culpa do último acidente é apenas e exclusivamente do comandante do Porto? Será do Ministério da Defesa que não dá os meios adequados de socorro? Ou do Ministério das Obras Públicas e dos Transportes, que através dos seus órgãos desconcentrados, nomeadamente da Administração dos Portos não arranjou uma solução atempada para reduzir o risco desta infraestrutura fundamental para o desenvolvimento económico do concelho, da região e consequentemente do país? Ou ainda, a culpa será do Ministério das finanças que não disponibilizou verbas para as respetivas entidades desempenharem cabalmente as suas competências. Pois, são tantas as entidades e nenhuma é responsável – assistimos ao normal e habitual passa culpas, e como sempre a culpa morre solteira!  
No meio desta história trágica, temos um herói. Na tragédia existe sempre um herói. Felizmente, este herói saiu com vida, depois de resgatar dois pescadores sobreviventes e uma vítima já cadáver, apenas com uma moto de água. O herói de que vos falo é conhecido pela alcunha de “Chapas”  (Carlos Santos) - agente da Polícia Marítima. Estamos todos gratos ao “Chapas” pelo seu gesto de abnegação, coragem, e determinação. Este Homem merece um forte Bem haja. Contudo, e sem querem diminuir em nada a nobreza do  ato deste agente,  não posso deixar  de falar do seu colega, também ele agente da policia marítima, também ele herói, que  no cumprimento do seu dever, num outro naufrágio, acabou por ser vítima mortal. Nas tragédias, nós preferimos sempre heróis que saiam com vida no final da história. Mas, o que nós, figueirenses, cidadãos preferimos e pretendemos é não ter a necessidade de haver mais heróis decorrentes de tragédias provocadas pela incúria e a inércia dos verdadeiros culpados que se escondem no biombo do passa culpas.  

Ontem houve uma grande manifestação silenciosa de pesar e de protesto, em frente à capitania do Porto. Foi um grito de Silêncio ensurdecedor de revolta, para dizer – basta! É de enaltecer o gesto de quem teve a iniciativa (o jovem Traveira), bem como enaltecer quem participou neste acto simbólico.  Mas, não posso deixar de dizer, que independentemente da responsabilidade que deve ser pedida ao Comandante do Porto, existem outras entidades com tanta ou mais responsabilidade nesta e nas outras tragédias que têm ocorrido na traiçoeira barra da Figueira.
Ontem, ficámos a saber que o Exmo. Senhor Presidente da Câmara decretou 3 dias de luto Municipal. Será que o edil figueirense, no final do mandato do atual Comandante da Capitania vai condecorá-lo com uma medalha de mérito, há semelhança do que já fez no passado com o anterior capitão do Porto? Ontem também ficámos a saber para que serve um Presidente de Câmara: - Para decretar Luto Municipal e atribuir medalhas de mérito, preferencialmente a título póstumo!

“Lobo Do Mar” 


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Observador externo, observa muita coisa...



"António Costa à beira da demissão do PS"


"1.  É quase oficial: António Costa já está convencido que a partir de segunda-feira já não será líder do Partido Socialista. Os seus mais próximos – e mentores da sua campanha interna do PS – já dão como certa a decisão de António Costa e equacionam já os vários cenários para a sua substituição. Alguns já se encontram mesmo mais empenhados em reforçar a sua ligação com as bases do partido socialista do que participar ativamente na campanha.
2.  O que explica que, na reta final da campanha, a solidão e a incapacidade de mobilização da campanha socialista sejam por demais evidentes – e estranho para os mais distanciados da luta e do fenómeno político. Para os mais atentos é apenas normal: a derrota do Partido Socialista é um cenário objetivamente muito provável, pelo que os seus dirigentes preferem defender os seus interesses futuros do que apegar-se à ideia abstrata de “bem da Nação”, “interesse do país” ou “ defesa do partido”. Há dois nomes que se impõem para a sucessão de António Costa: Francisco Assis e Pedro Nuno Santos, que está mais do que desejoso de disputar a liderança do partido. Diz-se que as suas relações com António Costa azedaram e, nas últimas semanas, Pedro Nuno tem iniciado o seu próprio caminho. Seguido a sua própria agenda política, apesar de – realpolitik assim o impõe - de aparecer ao lado de Costa na campanha em Aveiro. Há que manter as aparências até domingo. Sobre a sucessão de António Costa no PS, teremos a oportunidade de nos pronunciar nos próximos dias e semanas, a seguir às eleições.
3.  O que importa hoje realçar é que não há outro cenário possível que não a demissão de António Costa no domingo. A maioria absoluta do PS é um cenário impossível; e a vitória do PS é um cenário altamente improvável, a roçar a impossibilidade. O PS até pode vencer as eleições com uma vantagem de 1% ou 2% - mas, ainda assim, António Costa certamente só poderá apresentar, logo no domingo, a sua demissão. Porquê? Porque António Costa criou uma doutrina própria (em abono da verdade, foi a única ideia consistente que António Costa lançou no último ano): a tese da injuntividade, da obrigatoriedade da vitória histórica. Isto é: para António Costa, à derrota histórica da direita tem de corresponder a vitória histórica do Partido Socialista. Não chega, pois, uma vitória por poucochinho.
4.  E ter uma vitória por poucochinho legitima a sua manutenção como líder? Claro que não: segundo a doutrina de António Costa, uma vitória poucochinha é o mesmo que uma derrota, pois não poderá colocar em prática o seu plano de ação. Esta premissa foi, aliás, a principal razão pela qual apeou António José Seguro da liderança do PS. E António José Seguro venceu as eleições europeias com uma margem que hoje seria um sonho de uma noite de outono para António Costa.  
5.  Nós achamos que António Costa tem inúmeros defeitos políticos, como é público e notório. Mas há um que não lhe imputamos: o da incoerência política. António Costa jamais agiria contra a doutrina que ele próprio fixou – a de que à derrota histórica da direita tem de corresponder a vitória histórica do PS. Se perder (como é provável) ou se ganhar por poucochinho, António Costa apresentará, sem hesitar, a sua demissão. Assim já o terá admitido entre os seus mais próximos, que já estão em sofrimento solidário com o líder.
6.  Enfim, é um daqueles casos em que o criador é vítima da criatura – ou melhor, em que o doutrinador é vítima da sua doutrina. É a vida…Uma pergunta indiscreta: António Costa já ligou a pedir perdão a António José Seguro?"
in jornal Sol, João Lemos Esteves

"O ÚLTIMO COMBATE"




"O País, concordando inteiramente com as nossas opiniões sobre a ignorância geral e sobre os falsos meios que até hoje têm sido empregados para organizar o ensino, exproba às Farpas o desprezo em que elas têm sempre tido os problemas governativos, contribuindo assim para manter no público a indiferença política que a referida folha considera a principal causa da corrupção portuguesa."

Dia 4 de Outubro será que o público ficará indiferente à politica?