O
Edil figueirense, João Ataíde, afirmou em reunião de Câmara "que o
Senhor Esteves da Caçarola dá má imagem à Figueira, essencialmente na
dita época alta, ou seja, no Verão". Tais comentários decorrem das
criticas proferidas pelo Sr, Esteves, quanto à falta de estratégia, de
competência e da inércia do executivo autárquico na área da politica (ou
ausência dela) de turismo na Figueira da Foz.
O
Conde não é advogado de defesa do Sr. Esteves, mas estima-o e tem
consideração por ele. O Sr. Esteves não sendo figueirense por nascença,
é-o por adopção, e a Figueira deve-lhe muito. É uma pessoa educada, de
trato fino, que se formou e se doutorou na Universidade da Vida. Muito
cedo migrou do interior para o litoral, para vir trabalhar para a
Figueira, numa área muito árdua e exigente - como é a da restauração.
Acabou por vencer e tornar-se um empresário de sucesso. É uma figura
emblemática da gastronomia e do bem servir da nossa terra.
O
Conde tem memória, e é preciso, por vezes, avivar a memória, ou a falta
dela. O senhor Esteves fez parte de muitas comissões de festas, e de
muitas equipas equipas de eventos de promoção da Figueira. Comissões e
equipas, que se entregavam e se entregam e se dão de corpo inteiro pelo
amor à sua terra. Basta referir uma ou duas - as festas da cidade, a
festa da sardinha, entre tantos outras. É um embaixador do Turismo da
Figueira por excelência, pelo seu empreendorismo, pela sua dinâmica e
criatividade. Saiu sempre da sua zona de conforto, como sói agora
dizer-se. Alvo de invejas, como é natural da nossa terra. O Sr. Esteves,
sempre se esforçou por fazer mais e melhor. O Conde sabe que o Sr.
Esteves, tem o verbo fácil, é frontal, não tem papas na língua, mas, é
autentico!
Um
dia o Conde, passeava, de forma descontraída, pela esplanada Silva
Guimarães, corriam os anos oitenta, e era Presidente de Câmara o saudoso
engº Aguiar de Carvalho, sendo o Dr. Melo Biscaia Vereador da Cultura
(sim, nessa altura tínhamos um Vereador da Cultura a sério, e não um
professor que tem apenas no seu currículo o de encenador do grupo
amador do teatro escolar Joaquim de Carvalho...); quando abruptamente se
começa a ouvir o rufar de tambores, sons de acordeões e outros
instrumentos. Que música era aquela? alegre, e bem tocada. O Conde
colocou o olhar sobre as escadas de acesso à esplanada e viu surgir mais
de cinquenta músicos, vestidos de forma latina. Para espanto do Conde e
dos demais, à frente a comandar esta "companhia musical" vinha nada
mais, nada menos do que o Senhor Esteves da Caçarola; vestido a rigor à
mexicano, onde o brilhante e enorme sombrero lhe ficava a "matar". Este
grupo andava pela ruas, a anunciar as festas da cidade, onde a festa
brava (tourada à portuguesa) também fazia parte do cartaz de animação
turística. O Conde registava a satisfação e a alegria do "Panchito
Esteves", que ia cumprimentando as pessoas e ia dizendo que era preciso
animar a Figueira e atrair os turistas, para que eles gostassem e
voltassem mais vezes à nossa terra.
A vida é feita de pequenos
nadas - mas muitos nadas, fazem muitas coisas. Naquela altura faziam uma
Figueira alegre, bonita, e amada. O Conde percebia, as razões do
Ramalho, do Eça, do Sena e de tantos outros ilustres figuras,
apreciarem tanto a praia da Claridade.
O
Conde bem sabe, que o nosso "Alcaide Justiceiro", não lida bem com as
criticas (apenas aprecia as que lhe são favoráveis, dos ditos das botas,
que dão graxa e lustro às mesmas). Mas, o Conde tem que afirmar que o "
Edil do Estado Novo Figueirense" se excedeu no tom e acima de tudo na
forma como atacou o Senhor Esteves. Até se percebe que a vida não tem
corrido bem ao nosso Alcaide. Pudera - andam por aí umas rosas que lhe
querem espetar bem fundo os espinhos pontiagudos das mesmas... mas ainda
assim, as responsabilidades do Edil não são as mesmas do Senhor
Esteves. Qualquer dia, o Sr Alcaide está a atacar o senhor Silva do
talho, ou o Senhor Encarnação da mercearia. O Senhor Alcaide tem que se
acalmar - beba um chazinho de limonete... ou então faça como
antigamente - O Juiz decide, está decidido! E Pronto!!!
Sabemos
todos, que pedir desculpa, não faz parte do ADN do nosso Alcaide, mas a
Figueira não pode tratar mal quem ainda se preocupa e tenta fazer
alguma coisa de válida por ela.
Deixe
o "Panchito Esteves" em paz, e trate daquilo que é verdadeiramente
importante para a Figueira - a celebre "Aldeia do Mar". O Mar já cá
está, e já falta pouco para a Figueira ser uma Aldeia.
Cordiais e amistosos cumprimentos,
do V/ Conde, sempre ao dispôr de V.Exas.
Alípio Abranhos