Realizou-se mais um Congresso do Partido Socialista. Por aquilo que se viu, politicamente não trouxe qualquer valor acrescentado. A confirmação de um líder de transição, calculista, sem ideias, sem projectos, sem a capacidade de fazer uma ruptura com o passado recente. Incapaz de assumir os erros cometidos pelo seu partido na governação do país. Sem a coragem de falar na arrogância na forma e conteúdo do seu antecessor, que mantêm a sua sombra e a sua corte real, neste novo/velho PS. Um partido em desespero. Tal é o desespero, de afirmação e identidade, que teve que ir recuperar o velhinho símbolo do punho (antes o punho do Rafael Bordalo Pinheiro). Nem criatividade, nem engenho para apresentar uma nova imagem, que fosse a de um símbolo virado para a modernidade, para o futuro, e sem amarras do passado.
Um congresso morno, cinzento, de paz podre, que chegou a ser mesmo bafiento. A sessão de homenagens aos senadores de sempre. A eterna discussão dos lugares nas listas para os órgãos! Um congresso de avestruz, com a cabeça enterrada na areia. E, o país, à espera, não de um milagre, não de um relatório cientifico saído de um tal “laboratório de ideias” (que não se sabe bem o que é, nem a sua utilidade). E o país, à espera de oxigénio, e a sobreviver de cuidados paliativos da troika. Do congresso podia ter saído uma ou duas medidas curativas. Mas não, não saiu nada! Corrijo, saiu! Saiu um líder a prazo, um líder jovem/velho, um líder in(seguro), que jamais governará Portugal (e ainda bem, para os portugueses).
Deste Congresso, podia ter saído um líder responsável, determinado, visionário, politicamente preparado e capaz de se juntar àqueles que querem Salvar Portugal e a Europa. Um líder centralizado no essencial, e não no acessório do jogos de bastidores, dos interesses das facções, dos senadores e do facilitismo das cedências do partido esboroado. Podia ter saído um líder da política da verdade, da ruptura, e do incómodo de um novo paradigma. Um líder que não utilizasse a estratégia da passagem pelo intervalo dos pingos da chuva – para sair incólume das responsabilidades. Enfim, um líder que assumisse as responsabilidades dos erros do passado recente, mas com vontade e disponibilidade para os corrigir.
“Quem não enfrenta tempestades, acaba rastejando!” E assim, passo a passo o país vai sobrevivendo de mão estendida, tal foi o estado crítico, que as rosas e o charme armani deixaram o país. “Foge cão que te fazem Barão. Para onde se me fazem Visconde!”