sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Observador externo, observa muita coisa...



"António Costa à beira da demissão do PS"


"1.  É quase oficial: António Costa já está convencido que a partir de segunda-feira já não será líder do Partido Socialista. Os seus mais próximos – e mentores da sua campanha interna do PS – já dão como certa a decisão de António Costa e equacionam já os vários cenários para a sua substituição. Alguns já se encontram mesmo mais empenhados em reforçar a sua ligação com as bases do partido socialista do que participar ativamente na campanha.
2.  O que explica que, na reta final da campanha, a solidão e a incapacidade de mobilização da campanha socialista sejam por demais evidentes – e estranho para os mais distanciados da luta e do fenómeno político. Para os mais atentos é apenas normal: a derrota do Partido Socialista é um cenário objetivamente muito provável, pelo que os seus dirigentes preferem defender os seus interesses futuros do que apegar-se à ideia abstrata de “bem da Nação”, “interesse do país” ou “ defesa do partido”. Há dois nomes que se impõem para a sucessão de António Costa: Francisco Assis e Pedro Nuno Santos, que está mais do que desejoso de disputar a liderança do partido. Diz-se que as suas relações com António Costa azedaram e, nas últimas semanas, Pedro Nuno tem iniciado o seu próprio caminho. Seguido a sua própria agenda política, apesar de – realpolitik assim o impõe - de aparecer ao lado de Costa na campanha em Aveiro. Há que manter as aparências até domingo. Sobre a sucessão de António Costa no PS, teremos a oportunidade de nos pronunciar nos próximos dias e semanas, a seguir às eleições.
3.  O que importa hoje realçar é que não há outro cenário possível que não a demissão de António Costa no domingo. A maioria absoluta do PS é um cenário impossível; e a vitória do PS é um cenário altamente improvável, a roçar a impossibilidade. O PS até pode vencer as eleições com uma vantagem de 1% ou 2% - mas, ainda assim, António Costa certamente só poderá apresentar, logo no domingo, a sua demissão. Porquê? Porque António Costa criou uma doutrina própria (em abono da verdade, foi a única ideia consistente que António Costa lançou no último ano): a tese da injuntividade, da obrigatoriedade da vitória histórica. Isto é: para António Costa, à derrota histórica da direita tem de corresponder a vitória histórica do Partido Socialista. Não chega, pois, uma vitória por poucochinho.
4.  E ter uma vitória por poucochinho legitima a sua manutenção como líder? Claro que não: segundo a doutrina de António Costa, uma vitória poucochinha é o mesmo que uma derrota, pois não poderá colocar em prática o seu plano de ação. Esta premissa foi, aliás, a principal razão pela qual apeou António José Seguro da liderança do PS. E António José Seguro venceu as eleições europeias com uma margem que hoje seria um sonho de uma noite de outono para António Costa.  
5.  Nós achamos que António Costa tem inúmeros defeitos políticos, como é público e notório. Mas há um que não lhe imputamos: o da incoerência política. António Costa jamais agiria contra a doutrina que ele próprio fixou – a de que à derrota histórica da direita tem de corresponder a vitória histórica do PS. Se perder (como é provável) ou se ganhar por poucochinho, António Costa apresentará, sem hesitar, a sua demissão. Assim já o terá admitido entre os seus mais próximos, que já estão em sofrimento solidário com o líder.
6.  Enfim, é um daqueles casos em que o criador é vítima da criatura – ou melhor, em que o doutrinador é vítima da sua doutrina. É a vida…Uma pergunta indiscreta: António Costa já ligou a pedir perdão a António José Seguro?"
in jornal Sol, João Lemos Esteves

6 comentários:

  1. Ontem mais uma palhaçada em Coimbra, ainda não perceberam que estes "desconhecidos" estão a estragar a imagem do PS ? VERGONHA!

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  2. Infelizmente, tenho de concordar com o autor do texto. O António Costa pode ser vitima da sua própria jogada, isto porque quem lhe vendeu a forma de despachar o Seguro é o mesmo que no texto pode ir contra o Assis

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  3. Com tanta imaginação é pena que não ponha em equação o que se passou e passa no ceio da PS da Figueira da Foz.Quem serão os militantes que vão destronar os pseudo dirigentes da CPC do PS F.Foz? Aonde andaram eles nesta campanha eleitoral? Com gente desta que tem o umbigo e o ego fora do tamanho normal de qualquer cidadão e que só pensão neles e nos tachos, a Figueira da Foz está perdida e não vai a lado nenhum, continua como está, faz anos.

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  4. A sede do PS amanhã vai estar aberta a partir das 19h? Uff!! Nem acredito que a sede vai abrir finalmente. Nem sei se hei-de dar os meus parabéns ao Portugal ou por uma velinha à Nossa Sra de Fátima por este MILAGRE. A Concelhia do PS funciona. Akeluia! Os caminhos do Senhor sao infindáveis! Andam aí uns maldizentes fascistas! A doutora Isabel Atavares que não se esqueça de levar chazinho, bolachinhas e já agora que recite um dos seus belos poemas à desgarrada com o Toni Alves... Isso que era maravilhoso!

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  5. Já avisaram o Lua para estar de prevenção? A coisa pode dar para o torto e correr mal ao PS. A malta que costuma ir a estas coisas já leva 40 anos disto e a idade já pesa. Sao jovens de setenta e oitenta. É melhor dizer ao Lua para que o medico que colabora com ele nestas coisas esteja presente. É um tal Ruivo do Paiao que a mulher tem uma associação galaico ou malaio/português que o Ataide, ou melhor, a Câmara, ou ainda melhor - todos nós contribuímos para os subsidios PPN (para porra nenhuma). Vamos todos lá. Amanhã bora lá à sede, antes que o Portugal se arrependa e apanhe o cacilheiro para Cascais.

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  6. Eu sou vou se o meu/nosso representante deputado da Figueira estiver presente. Com ou sem prancha, nao dispenso é o brinco. Ai Galambinha que és um brinco. Só te falta o alfinete de peito. O saudoso Fausto diria outra coisa.

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